A Lady Gaga não é gaga nada.
A Lady Gaga não é gaga nada.
Desconheço.
Prazer em vê-la
Reconheço.
Vestida de nudez pelo avesso,
Travestida de surdez desde o começo.
Alô, Alô América do Norte.
A Lady Gaga não é gaga nada.
Ela é musa, não é?
Cantora sem voz,
Pois é.
Tem-vos cantado em falsete.
Abaciando os quadris de plástico,
Pra traduzir, “cacete”.
Lady Gaga no desenrolar da crônica
Colocou seus lindos seios dance - pop eletrônica pra fora.
E o povo superestimou aquela moça
Dando-lhe o mastro de rainha dos anos 80
Em pleno século XXI.
Pedro Vasconcelos.
quinta-feira, 4 de março de 2010
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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Punhal em teu olhar
Queria ter certeza
E existir para sempre.
Queria a gota do eterno sem tédio.
Minha vaguinha no céu
Garantida em um crediário de cartão crédito.
Com as sete virgens que eu tenho direito
E mesmo assim ser infiel.
Sem temor ou discrição,
Queria ser eu mesmo
Alardeando solidão,
Nos bares ainda sóbrio
Feito um urubu agourento.
Tantos amores,
poucos abraços,
Eu não.
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sábado, 21 de novembro de 2009
Deus da rua e eu
Os cabelos devem estar lisos nas pontas.
Os olhos delineados e claros.
Os sonhos confusos na boca,
Os beijos não muito molhados.
Deus me deu coragem,
Mamãe garagem
E os meus amigos birita.
Passei o dia passando na rua
Gastando na sola,
Pensando na pista
Se os cabelos não estivessem tão lisos
E os olhos estivessem borrados
Os sonhos seriam mais óbvios
E os beijos seriam molhados.
Deus me enche de medo,
Mamãe me expulsa de casa,
Meus amigos ainda birita
E eu ainda segredo.
Pedro vasconcelos, 2009-11-20
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quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Rocha, espanto da covardia e desgraça da sua sorte
Ele chorava a estupidez, ele chorava a mediocridade, a tortura, ele chorava sorrindo, chorava gritando, estapeando caras e atores inexpressivos. Ele chorava tudo aquilo que todos nós devíamos chorar e não choramos. Ele arregaçava as mangas e fazia o novo de novo e quantas vezes fosse preciso.Nas ruas parisienses do Rio de Janeiro ele acreditou, viveu e criou Brasil. Descobriu os brasileiros perdidos e do mesmo rio fez resplandecer a morte, a crença e a maldade do nordeste desconhecido.
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Voltemos à geléia. O Brasil é o país do relativo, da mistura, que é tudo e nada por indefinição. O Brasil é o país do preconceito, onde brancos e negros se agridem de maneira inocente, mas exercem de maneira pacifica a exploradora relação entre funcionário e patrão. O meu país é o país da indiferença que permite e proíbe, que prende e manda soltar. Meu país é um índio sem coragem e sem espelho na varanda de um hotel em Copa Cabana de joelhos esperando a arte de Hélio Oiticica se queimar.
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terça-feira, 8 de setembro de 2009
Conexão Esconderijo
Eu prefiro o exagerar do erro
Ao acerto despercebido.
Eu prefiro o assassino e político corrompido.
Pelas pessoas que amam todo dia,
Eu prefiro.
Estar mal acompanhado
Do que antes só desconhecido.
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:42 0 comentários
O equivoco não tem cor.
Não quero mais intervalos e intervenções,
Pausas comprimidas.
Intermediários de vestias caras.
Quero essa idéia cancerígena de impossibilidade comprovada.
Morte assumida e pré-fabricada que cresce dentro de quem a consome.
Não há fim que enxergue o fundo,
Não há poço que beire o precipício.
A impossibilidade só existe no empecilho em que se transforma a carne crua,
Na imoralidade e naturalidade do pensamento egoísta
O olhar sempre em frente deu voltas
Arrenego de quem discorde,
De quem ensine círculos.
Permito indecências delicadas
Incêndios contornáveis,
Rezo por alguma porcentagem de paciência,
não é o fim do mundo.
PedroVasconcelosC
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:41 0 comentários
Livre
Se você está comigo,
Está com o mundo inteiro.
Sou osso, carne e pêlo.
E por quem o desejo grite
Que me arrisque a língua
Este é o meu desfecho maior.
Meu corpo,
Meu sexo,
Meu dinheiro sem esforço,
Sem suor.
Pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:41 0 comentários
Asma
O tempo parou,
Pelo ar poluído pairam algumas de minhas orelhas
Inspiro sua falta
Tragada quente na minha garganta inflamada
Sua ausência ganha força
E invade egoísta o meu pulmão inocente
Expiro,
Sentindo o acelerar de um coração frigido
Queimando tripas e espalhando brasas
Fechando o peito que insiste em estar aberto
O ar não entra
Mas também não sai
O estático do meu respirar
Confunde-se com o compasso da morte viva
Presente nos finados da esperança inútil.
Amor
Pedro Vasconcelos.
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:41 0 comentários
You stay home, she goes out
Fração de momento
Espectro de lucidez a vista.
You stay home, she goes out
Espectro de solidão em casa
Da janela a vista
Eu fico em casa, ela sai.
Mas eu te odeio
E nada me importa
Só eu me importo com ela
E ela me importa
You stay home, she goes out
Nada exige importância
Mas eu me importo.
Te odeio
Te exijo
Te julgo em ortografia.
You stay home, she goes out
Pedro vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:41 0 comentários
Pela Prosa
Eu faço minha sombra, tenho tanto medo dela que muitas vezes não saio na rua. Talvez seja medo tolo, medo de esbarrar comigo mesmo, medo de me ver na frente de um eu que não conheço.
Minhas preposições se misturam com os meus substantivos, nem mesmo os mais abstratos conseguem desfigurar o que de sólido trago no peito.Perder o indefinido é mais difícil com certeza.Perder não é tão poético. Perdi toda a minha poesia, escrevo em prosa, prosaica e seca.
Considero melancolia, considero sentimentos desconsideráveis.Nada me é tão próprio e tão pessoal como o que sinto, não sinto nada.
Primitivo amo.
Amor,
pedro Vasconcelos Da Costa.
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:39 0 comentários
Me deixa dormindo
Não acorde não.
Não acorde enquanto o mundo girar
Gira a cabeça ao contrário do mundo
Que é muito, muito melhor sonhar acordado
Do que dormir toda noite só pra acordar.
Não acorde não.
Nada acontece no silêncio do sono,
Na morte do som é melhor respirar
Quando a solidão do medo de um sonho
Me fizer te lembrar de mim, o bom é saber:
Eu só sonho com o que quero sonhar.
Não acorde não.
O acorde do meu violão desafinado
Toca seu nome, meu nome sem parar
Eu queria te dar uma serenata
o problema é que eu não sei tocar
Não acorde não.
Sou testemunho de relatos febris
Rimas sem ritmo, sonetos hostis...
De gente que pensa sem rodar a cabeça
De gente que roda e diz que é bom à beça
Eu não sei se eu rodo, porque nunca quis
E é pras rimas sem ritmo que eu peço o meu bis.
Não sei nada não,
Não quero saber.
Não acorde não.
É melhor pra você.
João Gabriel e Pedro Vasconcelos Da Silva
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:38 0 comentários
Amor sem fim.
Na indelicada indecisão certeira,
De certo me resta apenas um sonho
De sóbrio,
A consciência da infidelidade da vida.
Que de tropeço em tropeço nos prepara para o abismo maior.
Aquele que não tem remédio.
Certeza mais confusa.
Da semente mal plantada nasce algumas flores,
Secas e murchas,
Como amores amargos.
Sem perfume e sem brio
Na individualidade de cada flor
Perdi meu amor,
E com ele algo mais,
Te amo- sem fim
Amor
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:36 0 comentários
Sussurros
Pensei estar errado,
Más estou certo,
Certo de que a certeza vive no calcanhar da dúvida
E que se vivo,
Vivo na sombra da liberdade
E quando morro
Alma inerte,
Fadiga paraíso diferente
Pensei estar errado,
Porem estou convencido,
Convencido de que seguir confuso
É estar bem de saúde,
Obrigado.
Quando ouço sussurros
Paro curioso atrás da porta
Más confesso às vezes
Tapar ouvidos
E não testemunhar seu choro desesperado
Viro a cara
Para não ser enganado
E sei que às vezes o bom é estar errado
Atente-se para os novos ruídos
E gemidos de um algoz entregue
De alguém que tem medo
E morre por coragem inerte,
Amor,
pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:35 0 comentários
Só
Estava ali,
Caída a madrugada
Amparada por um vento silencioso e omisso
No peito
Amor e medo
Chuva rala e alguns grilos afinados
Alguns carros ligeiros pelas ruas
E você nada
O ar entra e sai
O mar vem e vai
Você nada
Assopra que passa
Fala que esquece
Chora que molha
Teu rosto
Meu posto de observação solitária
Meu gosto pelo amargo
Pelo que arde
Nem canto nem berro surdo
Nem lamento
Distantes e frios seus olhares
A peito nu que de fato ao fado da dor.
Amor
Pedro Vasconcelos.
2005
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:33 0 comentários
Santa Semana
A novidade colorida em plasma,
Emite radiações de tempo e esperança.
Na solidão América
Nada posso ser além,
Nada posso ir além de individuo.
Nada posso pensar por entre o fora
Da mediocridade da paixão e da família.
O pássaro branco anuncia.
O sorriso e a alegria do não ser
Não sou Deus,
Não sou pai e não sou filho,
Não criei o mundo
E não julguei o homem.
Prazer!
Meu nome é profano
Sou vento e afano
E tenho tempo,
Tempo pra dar e vender.
Pedro Vasconcelos
2009-04-09
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:33 0 comentários
Por Onde Caio
Penhasco em forma de prédio
Ternura de rua lotada.
Rostos e expressões que não percebo.
Não vejo a praça
Liberdade garantida por vales
Um vale que me de refeição,
Satisfação em vê-la árvore acesa
Gargarejos nas calçadas limpas
Esquartejo de garganta inflamada.
Enxame de abelhas operárias
Esbarraram com uma placa alterada
Contra-mão.
Pedro Vasconcelos .
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:32 0 comentários
Poesia
Letras somam,
Assimetricamente conduzem,
Palavras soam,
Símbolos sem sentidos retrocedem,
Passos e espaços desmesurados num largo de significado.
Alguém entende.
Alguém me atende.
Branco, neutro e confuso.
Centro focado,
Osso de mundo.
Esperto de sombra.
Largado de velho um menino tão novo.
Pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:32 0 comentários
Brasilidade
Respeitem meu ego Macunaíma
Meu contra gosto latino americano
Os tempos são outros
E meus gritos serão escutados
Deixem os pássaros e as cores de Zuzu em paz
Que as frutas de um falso tropical eternizem Carmem em coro de tico-ticos
Acreditem nas profecias de um tal Raul
No romantismo exacerbado do companheiro Chico
E na melancolia poética de Cartola e Noel
Respeitem essa vontade minha de dormir na rede
De comer acarajé com bastante pimenta
E depois me embriagar com cachaça da roça
Senhoras e Senhores
Quero que aceitem minha poesia suja
Sem rima
Sem virgula
E sem ponto
Más entendam
O complexo desenrolar de minha língua
Como um ultrajado passo futuro da historia
Provemos
Que Caminha estava errado
Viva a terra esquecida
Vivemos brasilidade.
pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:29 0 comentários
Caymme
Logo,
Passar bem
E até logo.
Eu me tranco e me abro
Berro,
Pra todos oblíquos
Sou cego.
O que eu tenho em mente
Não tenho em vista
Não,
Não sou pessimista
Nem sou otimista.
Venho jogado,
Largado.
Ultimamente ultrapassado.
Ando com Deus
Com ele a pé.
Pra quem vê
E pra quem quer
Uma fuligem no rosto.
Sou pardo,
Vi nascer o sol do meio dia
Sou largo
Não sou necessário.
Erroneamente me confundem.
Sou Brasil, Deus e Bahia.
pedro Vasconcelos da Silva.
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:21 0 comentários
Caminhos
Leve
Como se inocente
Compadecido
Como se entregue
Andava torto
Em linhas retas
Abortado como feto vivo
Abordado pela chuva fria
Deságua tristeza
Minha maneira de ser viril
De ser humano
De estar atento
Sempre atento
As verdades engasgadas nas línguas comunistas
Atento no medo
Em estrofes machistas
Foi lá que meu amor se perdeu e se achou,
Na sua insegurança
Na minha ignorância
Na nossa cegueira surda
Na sua linguagem muda
Lógico
Foi o lógico que parecia errado
O certo difícil de aceitar
O podre difícil de engolir
Agora sou e estou leve
Não quero
Pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:18 0 comentários
Justificando
Não vou justificar
O trocar de minhas letras,
Nem explicar meus lapsos de rebeldia
Não vou me acomodar com a pouca poesia
E nem negar o resto do que escrevo
Não quero morrer satisfeito por um copo de coca-cola
E nem fumar cigarro pra sentir a brasa que te falta
A minha brasa é a vida
E minha coca-cola é a rua
Tudo que eu quero não cabe no seu simples
Não é caligrafia de qualquer quadrado
Sou além,
Muito além da margem.
Dançar por uma noite é pouco
Poema em papel de bar é pouco.
É pouco fazer por fazer.
Faço acontecer
Pelos mosquitos que palpitam de pronto
Faço morrer por um grito de refém desesperado
Só pra me faltar limite
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:16 0 comentários
Fim de tarde
Eu fiquei enfurecido e disse:
Disse ponto.
Faltou coragem
Em termos menos formais
Dei com a cara no meio-fio
Dei logo um jeito de me consolar
Enfiei minha vergonha no saco
E pedi desculpas.
Acredito,
ora,
Eu realmente tenho no que acreditar,
Pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:15 0 comentários
Estrato
Observei-me.
Percebi-me.
Conclui-me que sou quase tão nada do que tenho refletido.
Embargaria sendo simplesmente um nome,
Um emaranhado de letras cristãs,
Mas sou um número,
Observado e avaliado.
Sou “MG-15. 469. 366”.
E quando inscrito sou “144401”
Respondo presente
Quando me chamam por “42”
Quando não corro
Perco o “9104”,
Atraso-me para o “405”
Ofego-me e quase não subo ao “301”
Ainda bem que já completei 17
Por um pouco não chego aos 18
Não sei em qual dezena devo parar e ser “pedro”.
Porque ser “pedro” é ser mesmo um recado.
Uma bicicleta sem freio despenhadeiro abaixo.
Pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:14 0 comentários
Legitimidade
É preciso se matar todos os dias
E renascer com o sol fraco das manhãs.
Espantar os demônios,
Criar sonhos,
Inventar destinos.
Constatar a vida.
Se expor,
Rachar de cara no chão se a discussão for nobre.
Mentir pra não morrer de fome,
Sorrir para não perder a graça.
É necessário sentir o gosto da comida amarga
E desejar o doce da poesia concreta.
Compreender os limites,
Mas não abandonar a batalha.
Pecar com a convicção do cego,
Ouvir com a paciência do surdo.
Imitar e ser imitado,
Chorar como os recém nascidos,
Gritar como os que bebem.
Perder a classe,
Mas não perder o chão.
Viver legitimando a vida.
É necessária a ignorância,
Que sobrepõe as classes,
É preciso esquecer o preciso.
Perder conceitos.
Premeditar juízo.
Pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:11 0 comentários
Detalhes, Bobagens e Besteiras.
Meu bem
Não faz mal
Mas há coisas na vida que não posso deixar de dizer
Assim como eu
Assim como eu e você
Passos largos e mal dados
Vista grossa
Tudo passa meu amor
Mas há coisas na vida
Que não deixar de passar
Assim como eu
Assim como você
Passar a limpo o Tim-tim e o blá blá blá...
O assim e o assado
Fazer bem feito
Rimado e rasgado
Não faz mal meu amor
Este pouco de subversão
Por exemplo:
As milhões de lâmpadas acesas
Forjando estrelas da sua janela
Meu bem,
Cuidado para não se cansar
Prometo ser bem sucinto
Mas há coisas na vida que não da pra resumir
Assim como eu
Assim como eu e você
Mais duas ou três linhas
E...
Pronto.
Não disse nada.
Pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:10 0 comentários
Despedida
Rosa,
Meu doce e lindo engano
Foi bom me perder por uns tempos.
Mais ainda me aperta o peito
Queima-me por dentro saudade
E o aconchego de não me enganar
Suplico que me entenda
Que entenda os motivos
As mentiras
Os beijos mal dados
As desculpas desencontradas
Espero que não me esqueça
Mas por enquanto me deixe de lado
Do lado da cama
Do porta retratos
Por de traz da porta
Não é mais o limite
É o fim
Sinto o meio e a tosse de ilusão.
Esta lagrima é triste.
Sincera.
Rosa
Aceite meus aflitos pedidos de desculpas
Nem um de nos tem culpa
Quem sabe um dia
Adeus.
Amor
Pedro Vasconcelos
2007
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:08 0 comentários
Filho
Deixa que eu faço sozinho
Sou filho único
O mais lírico dos poetas,
O mais triste dos meninos
Sou filho da madrugada,
Do vento
Do ventre minha amada
A mais enganada
Das apaixonadas
Pedro, vasconcelos
2005
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:07 0 comentários
De algumas sombras, os gritos
A alucinação
Segue a linha reta de uma avenida sinuosa
A sola gasta
E furada de asfalto,
Denuncia.
O ar e sua criatividade,
Pronta para de alguma maneira
Ser consumida,
Direcionada pela ignorância do vento
Destruída pelos ouvidos dos poetas experimentalistas.
Em cada sarjeta,
Um mendigo e sua historia,
Um conto,
Aonde a insanidade supera a tristeza
Como se a fome perdesse a importância
E as bocas dos bueiros se abrissem de uma vez.
Em todos os bares,
Lugares
E praças,
Notei logo
Tão somente
A beleza das paredes e jardins.
E a frieza condicionada
Pelos ares da burguesia rural.
A cidade mora na sombra de um prédio
E não me importam as penumbras.
Pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:07 0 comentários
Chuva
Era manhã de terça feira, até então uma manhã sem nem um atrativo sinestésico, o céu tímido e tão escuro não me causava vontade alguma de nada.Tinha sono, um sono tão agudo e profundo que chegava a doer.
Em Belo Horizonte o sol não costuma nascer e nem se por com classe, os prédios entupidos de gravatas e dólares normalmente oprimem aquilo que a vida tem de mais certo, mas de fato aquela manhã típica deveria estar escondendo alguma coisa que fatalmente apareceria se não fosse a minha formação não investigativa.
A primeira gota caiu, gelada eu pude senti-la, era uma nuvem negra que ameaçava.Fazia barulho, assustava os cachorros, encorajava os ventos e me seguia. A segunda gota caiu, por essa eu já esperava, olhei antes para o céu e a recebi de braços abertos, daí caíram mais duas em seguida mais cinco, quando me dei conta àquela nuvem de breu tão soberana, chorava com uma força emocionante, aos poucos se desintegrava.
Não teria inocência alguma aquela chuva, mas também não era culpada.Era cheirosa, cheirava terra e revolução. As plantas verdes que brilhavam agradeciam, se sentiam tão melhor. Eu não entendia nada, em alguns minutos me molhei todo e me senti molhado.
Pedro Vasconcelos da Costa,
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:05 1 comentários
Bem te vi e clichê
Bem te vi
Bem me vê,
Ver-me preso.
Engaiolado na sorte ou azar de uma menina.
Estúpido somente no que pensam,
Em ruas que me atiram pedras.
Agressão de sangue amarelo como seu dorso.
Cantar melancólico e repetitivo.
Bem te vi,
Bem me vê
Ver-me assim,
Com clichês e Fredericos,
Bem te vi,
Do meu jeito tão somente meu,
Tão somente sólido.
Bem me vê,
Pude notar que meu equivoco é conscientemente acertado.
Linear como o vôo de tuas asas,
Mas a pena vale.
Vale a pena suja de asfalto.
Em cada gesto por mim concedido
E em cada reação por ti discretamente ignorada.
Bem te vi,
Sei que o amor me faz assim,
Assim o faço,
E gosto.
pedro Vasconcelos
vestibular2009
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:04 0 comentários
Bando, o que seremos?
Somos e não somos,
Somos fome,
Fomos sono,
Seremos gritos de liberdade encalhados no tempo
Somos,
Talvez fomos
Fumamos a podridão gaseificada a prestação,
A prestação de um automóvel estático
Enfileirado
Seremos ‘’dizedores’’ de nossas próprias e exclusivas verdades
Não acreditamos
Não cremos
Nem seremos aceitos
O movimento é estreito
Sentido anti-horário
Ideologicamente incoerente
É rato que corre a deriva do gato
Um prato fundo de sopa
Garfo e faca
Grato
Ser ingrato não é ser cético
Espirituoso
É saber que mão tem cinco dedos
Cinco formas de ser estendida
Pedro Vasconcelos
Mov. Brasilidade
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:02 0 comentários
Balaiada
Balaiada
Bandos de marginais e desvalidos saquearam a regência encourada.Jagunços, vaqueiros, índios aculturados, escravos fugidos e libertados. Manifestação de banditismo sertanejo devia mesmo ser massacrado, aniquilado em poucas horas no interior de um Maranhão.
A insurreição que pipocava em toda febre de sertão e que cantavam os bem-te-vis liberais do alto de uma multidão embasbacada. Ouviam-se gritos que chegavam do Ceara e Piauí, modestos e finos homens comungavam em um pedido podre, bebiam água quente e viam os risos em si.
Cara Preta, Raimundo Gomes, correra para libertar seu irmão, preso injustamente assim como muitos daquela metódica revolução, os revolucionários libertavam-se aos poucos uns aos outros, mordiam as cordas, arrebentavam correntes e corriam para o meio do mato.Eis que surge, surge o fim da confusão. Em Caxias já tomada, a regência apavorada resolve reagir com todo rigor. Coronel Luís Alves e Lima e Silva, a pedidos de uma corte decadente, comanda uma tropa de oito mil homens carentes que por fim decapitam Negro Cosme, o único a não ser anistiado.
Pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:01 1 comentários
PARALELEPIPEDO
Artifícios
Ofícios.
Malefícios
Hospícios
Anjos promíscuos
Proparoxítonas
Acentos desordenados e rimas
Tempo
Historia
Compressor de corpo
Roda quadrada.
Alma redonda.
Complexo
Gosto de praia
Limão com batata
Canto
Encanto
Desencanto
Amor que não
Que não é tanto
Entanto força
Sorte
Quase ganho
Outra
Morte
Nem uma
Lua clara
Maria mãe
Todo mundo.
Amor
Postado por pedro Vasconcelos. às 16:00 0 comentários
As formas das minhas formas
As formas das minhas formas
Sou o acaso em sua ocasião.
O reverso do verso.
Sou pedra
Feita de Pedro.
Sou logo um jeito de medo.
Confeccionado as pressas
Sou feito de qualquer jeito.
Estou individuo na mão de um só Deus.
Pois digo o que não quero pensar
E penso o que não posso dizer.
Estou impreciso,
E não entendo as formas das coisas
Sejam elas:
Triângulos
Obtusângulos
Ou meros quadrados
Sou,
Ou estou enquadrado
Preciso ser mais preciso e fático
Ou mesmo ser eu ao contrário
Não calculo
Nem berro surdo
Não concluo
E nem te entendo
Injustiças assim sejam feitas.
Aqui,
Ou aí
Bem longe de ti.
pedro Vasconcelos.Costa.Silva
Postado por pedro Vasconcelos. às 15:59 0 comentários
Pra Mim
Antes da pele
Quero o pêlo,
Quero a ternura antes do tesão.
Antes da palavra
Quero a mentira
Quero o antes, tudo.
E um pouco mais antes da paixão.
Quero o amor antes do todo
E o resto depois de mim.
Do rosto quero a maçã
Da boca quero a mordida
Quero o nojento e o segredo
E tudo aquilo que me foge agora.
Antes de falar de pele
Eu sinto o pêlo,
Antes ternura,
Sempre tesão,
Antes de acreditar,
Eu desacredito,
Antes de você mentir,
Eu sempre omito
Antes de descobrir sou descoberto
E é tudo um frio.
Pedro Vasconcelos
Postado por pedro Vasconcelos. às 15:56 1 comentários
Linda Bahia
Passava o tempo,
E ele corria
TIME daqueles de filme
Em uma velocidade estonteante.
Como se não fosse Bahia
Dizia-me assim,
Com letras maiúsculas
Um COOFE BREAK!
Por Deus,
Não entendi.
Alias não entendo nada de globalização
Juazeiro,
Minha terra LUSA.
O que fizeram de ti?
BUS STATION,
Acho que é por aqui
Praia agora é
BEACH!
Poesia mais que concreta
NEXT,
Isso é um retrocesso
Um ataque à historia
Um processo que não me acompanha
Samba agora é TRANCE
Jogar bola é HOBBY.
Olha o progresso chegou por aqui
Um SHOPPING
Com ofertas incríveis
Tudo em OFF
Tudo SALE
Já estamos vendidos
Entregues
Não se fazem mais Bahias como antigamente
Dizia
José,
Comunista?
Mendigo?
Analfabeto funcional?
Em vão
A língua supera.
Pedro Vasconcelos
mv-brasilidade
Postado por pedro Vasconcelos. às 15:55 1 comentários
A gente Menina
Menina.
Vê se ama
E faz que me ensina
Somos um par inviável
Algo insolúvel
Por isso não me prenda em uma gaiola de unhas
Conte-me suas verdades
Uma por uma
Sem que sua língua áspera
Atinja meu ego de seda
Menina
Estamos longe quando juntos
E isso tudo é necessário
Agente se completa em angustia
Agente se contempla em prazer
Menina
Vê se me engana
E faz que acredita
Agente se aguenta
Agente se entende
Logo estaremos separados
Falando mal um do outro
E tudo isso é necessário
Tudo isso é preciso.
Pedro Vasconcelos
2008
Postado por pedro Vasconcelos. às 15:54 0 comentários
Abraço Oposto
Coisas incríveis acontecem
Vivem acontecendo
O amor pode não ter ciúme
A dor pode não ser disfarçada
Reparei no meu oposto
E descobri o meu lado mais verdadeiro
Então sugiro uma mistura
O seu sorriso lindo
Com meu jeito descompassado
Sua boca vermelha
Com meus lábios secos
É duro dizer
Em alguns momentos de nada vale a lógica
Fica difícil segurar a onda
Você todo dia
Passando no corredor
Ouvindo algo enlatado
Todo mundo olhando
E eu encantado
Mas sei o que me importa
E quero ter comigo seu abraço certo
Com a certeza de quem acredita
Na expressão sincera do seu rosto
Na dimensão externa
Do nosso amor oposto
Pedro Vasconcelos
2008
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Semblante Pensamento
A noite se espalha pela janela
E eu ainda não te tenho
Assim não tem graça estrelas
Assim não tem cheiro rosas
Assim não tem jeito formas
Vela a esperança que logo se apaga
Que logo te perco
Na memória embaralhada
Na imaginação desconjuntada e sóbria
Ainda finamente refletida nos sentidos controláveis da natureza humana
Como é bom estar enquadrado
Impedido
Cerceado de te querer assim
Pela metade
Pela outra metade que me faz rude
Que me faz acreditar em tudo
O tudo é saudade e medo
Meu melhor amigo
Meu pior conselho
Pedro Vasconcelos
2005
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